sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Experiências de Meias Maratonas


Quando eu resolvei colocar como meta de vida correr uma meia maratona, para cumprir uma promessa caso eu conseguisse voltar a fazer exercícios, talvez eu não fizesse muita idéia do que se tratava uma Meia Maratona. 

Em uma análise fria, uma Meia Maratona significa que você irá percorrer 21km e só. Entretanto, quando você calça um tênis e começa a se preparar para o desafio, percebe que há muito mais envolvido. Entra em campo até variáveis que são razoavelmente ignoradas em um percurso de 5 ou 10 km, como por exemplo a distância entre os postos de hidratação, a diferença de temperatura entre o começo e o fim da prova e até o tempo de deslocamento que você utiliza durante a prova.

Se você pensar com razão, você não deveria nunca encarar uma prova longa dessa, pois leva seu corpo há níveis de desgaste inacreditáveis, pois vejamos:

Você passa, em caso amador, em média 2h a 2h30 correndo/trotando/andando, em movimento constante, consumindo energia de forma incessante;

Você sente dor nas pernas;

Você passa calor;

Você obrigatoriamente acorda cedo pra prova;

Você pensa em desistir;

Você pensa denovo em desistir;

Você pensa em morrer;

Você quase chora quando passa pelo km 10 e pensa 'meu Deus, não cheguei nem na metade';

Etc, etc.

Mas então, por que encarar uma loucura dessa? Por que somos humanos e gostamos de desafiar nossos limites, gostamos de sofrer por que o sentimento de conquista quando atingimos objetivos é algo inacreditável, por que o sentimento de ser diferenciado é motivador!

Quantas pessoas você conhece que corre uma Meia Maratona? Mesmo em grupos de corridas, essa resposta é sempre a mesma: POUCAS! Não é pra qualquer um! E que tal você ser esse ser diferenciado e que causa espanto quando as pessoas sabem que você chegou a esse notável feito? Está aí então a minha motivação!

Quando completei aquela fatídica Meia Maratona Asics em 2015, achei que tinha completado meu objetivo maior e que dali em diante eu poderia voltar as corridas curtas... mas eu já tinha sido mordido pelo bichinho da Meia.


Superação

Ainda que tenha sido sofrido, ainda que eu tenha tido dores, ainda que no km 13 eu tenha quebrado, ainda que eu tenha caminhado, ainda que eu tenha passado por todas as fases ditas ali em cima umas 30x, valeu a pena. Quando passei pelo pórtico de chegada, tudo isso passou e o sentimento de dever cumprido suprimiu tudo isso.

Com o passar do tempo e de volta aos treinos, eu percebi que as corridas de 5km e 10km já não me atraiam e não me satisfaziam e eu achei que tinha perdido a vontade de correr. Em dezembro, quando fui participar da São Silvestre, 15km, eu percebi que não era desanimo por corrida, era o gosto das corridas mais longas!

Então voltei a me programar para mais uma meia maratona, que deveria ser a mesma que eu fiz pela primeira vez, para ver se passava o efeito da tensão da primeira meia e melhoraria o desempenho. E la fui eu e a Mary para a City SP Half Marathon.

SP City Marathon
Essa corrida, apesar de ter mudado o circuito, foi bem mais tranquila e eu corri a prova inteira, fiz um tempo 20 minutos abaixo da primeira corrida e não terminei nem cansado. De fato, era o nervosismo da primeira e a melhora da qualidade dos treinos.

Apenas duas semanas depois, fui convidado para correr uma meia Maratona da Track & Field Campinas, a primeira da TF Run Series. Apenas duas semanas de recuperação talvez fosse pouco, mas resolvi topar o desafio e fui la com o Rafael Hirata encarar o desafio. E foi tenso, foi sofrida, andamos.

TF Dom Pedro - Sofrimento puro
Isso apenas me provou que não existe Meia Maratona que seja fácil e que você possa dizer: tiro uma meia de letra! O que existe é preparo adequado.

Ainda que tenha passado por todos esses desaforos das ruas, ainda sim eu afirmo: Essa distância é a minha favorita até o momento e pretendo em 2017 fazer pelo menos mais 4... mas 2017 vem coisa mais bruta por ai!


quarta-feira, 27 de abril de 2016

O fiasco chamado "Corrida Oba 2016"



Pensem numa corrida legal, bem organizada, bem estruturada, com fartura de água e um evento memorável, tanto para quem já corre como para quem está iniciando nesse mundo. Quem já correu alguma etapa da Corrida Oba dos anos anteriores, possivelmente pensariam em indicar essa corrida para concretizar esse pensamento, certo? 

A resposta é SIM, mas só até 2015, por que a versão 2016 foi uma das PIORES corridas que eu já tive o desprazer de participar.

Vamos ao evento e entenderão o motivo.

A Corrida Oba sempre foi marcada pela fatura de alimentação pré e pós corrida, por água geladinha durante o trajeto e de pessoas sempre sorridentes da organização. Entretanto, esse ano de 2016, o que vimos foi uma total mancha na tradição dessa prova. A começar que a largada foi aquela bagunça tradicional de toda corrida que larga da Arautos da Paz, que inclusive eu já disse inúmeras vezes que não suporta largadas, naquele local, com corridas acima de 1.000 pessoas, pois para você conseguir largar, precisa escalar barranco, passar no meio de mato ou simplesmente aceitar que você vai largar muito atrasado (dessa vez demoramos mais de 6 minutos para passar pelo pórtico, esperando na calçada um mundo de gente largar), pois a rua é curta e poderiam muito bem largar la perto do ginásio do taquaral, igual eram as Corridas Integração de outrora.

Enfim, era um calor insuportável, com temperatura altíssima pela manhã, o que indicava que a hidratação deveria ser observada com muito cuidado, ainda mais por ter diversos atletas novatos, idosos, gordinhos e gordinhas despreparados e que sofreriam durante o trajeto da corrida.

Apenas para conhecer o trajeto, a imagem abaixo ilustra os trajetos de 6k e 8k, sendo que 6k era caminhada e 8k corrida. A caminhada dava uma volta na Lagoa e a corrida ia até o Hotel Vitória e retornava.

Trajetos disponíveis


Durante a largada, ouvia-se em alto e bom som a organização falando "teremos pontos de hidratação a cada 2km".

E largamos. Meu Deus, quanta gente! E a prova tem vários gargalos de passagem, queria ver como seria.

Eu estava bem tranquilo, pois combinei com o Rafael Hirata que iríamos fazer uma corrida For Fun, socialzona mesmo, apenas para conversar e fazer um volume para preparo da meia maratona que se aproxima.

Logo na descida da Norte Sul, já tinha um prenúncio do que teríamos pela frente.

Um mar de gente.


Logo no primeiro posto de hidratação, já o primeiro problema: eram apenas duas mesas e que não deram conta de dar água para os corredores e pior que isso, orientavam que logo a frente teria mais. Entretanto, esse LOGO seria apenas no km 4,5 e para surpresa geral, já tinha acabado a água.

E o sol rachava.

E continuava a Norte sul, agora já no volta para o Taquaral e no KM 6, tradicional ponto de água, também não tinha mais. Nem no km 7... muita gente quebrando na prova e sofrendo com o sol forte e a organização simplesmente não teve a competência de prover um minimo de infraestrutura.

Ainda para piorar, os fiscais da prova e da companhia de trânsito eram grossos, ofendendo os participantes sempre que possível.

Outro grande problema foi a placa de kilometragem, totalmente fora do seu posicionamento! No km 6 ainda tinha placa do km 4 e o mais bizarro foi no km 7,7 ter a placa de 7k. 

Calor, falta de água e falta de organização. Essa foi a OBA 2016!


Vergonha, Oba, Vergonha.

O veredicto  é que eu me senti enganado pela propaganda da prova, que prometia água a cada 2km e não recebi nada em 8km. Não recomendo mais essa prova pra ninguém e passei a ser um grande crítico negativo dela. Pelo menos até que tomem vergonha e realizem uma edição decente e não essa coisa ridicula que foi essa etapa.


quarta-feira, 6 de abril de 2016

Novos objetivos

Fiquei um tempo sem escrever no blog, mas confesso que estou feliz por que várias pessoas me solicitaram continuar, pois utilizavam dele para manter sua prática esportiva.
Eu costumo dizer que iniciar é metade de toda a caminhada, mas persistir que é o difícil. Confesso que em diversos momentos eu pensei em parar de treinar e correr, pois a rotina de treino não é nada agradável, mas quando você vê sua evolução e o grupo de amigos novos que formou, isso revigora sua vontade e voce permanece em frente.

Minha última corrida oficialmente inscrito foi a São Silvestre, que renderá uma postagem a parte aqui e foi o último marco da minha promessa & meta para 2015, concluída com sucesso!

Entre a última postagem e hoje, não deixei de treinar nem uma única semana, persistindo sempre e quando não posso ir no grupo oficial de corrida, eu faço meu treino sozinho, mas devo dizer que passei por períodos difíceis, mas sempre consciente do que seria, pois estava sendo treinado por um profissional.

Corrida em Indaiatuba
Em dezembro, pouco antes da prova da Sao Silvestre, fui fazer minha segunda corrida em Indaiatuba, que se deu no circuito tradicional da cidade, em volta de um bonito parque, próximo a prefeitura, com distância de 5 e 10km.

Na primeira vez que corri no circuito, curti muito o trajeto, pois ele é quase plano, com um pequeno mas longo aclive no km 3 ao km 4, mas nada que complique demais a vida. Como o tempo estava agradável, o tempo foi satisfatório, com 25min06s o circuito de 5km.

Entretanto, na segunda vez, fui experimentar o circuito de 10km, junto com o amigo Fábio Backes, que iria debutar nos 10km, mas o calor estava assustador! Completamos os 4km iniciais bem tranquilos, com pace médio de 5km/min, mas quando pegamos uma parte menos arborizada e com calor e sol absurdamente fortes, eu repensei a estratégia, pois quebrei no km 4. Comecei a sentir fraqueza e resolvi que encerraria minha participação nos 5km mesmo. O tempo foi bem ruim, com 27min de tempo total para 5km.

Mas valeu a experiência!

Treino, treino e mais treino

Após essa corrida, veio a São Silvestre, mas como eu disse, esse será um post a parte, pois veio a coroar um ano muito bom para mim.

Em meados de dezembro, iniciei uma parte do treinamento que é chamado de base, onde você fortalece musculatura, ganha peso, fica mais forte na parte física, tudo buscando ganhar velocidade para a corrida, através de treinos de hipertrofia na academia.

Foram 2 meses e meio de hipertrofia pura, com músculos ficando mais fortes e consequentemente, eu ficando mais 'pesado'.

Comecei a sentir um sério desanimo nos treinos de corrida, pois eu tinha perdido a resistência de correr distâncias, apesar de estar bem rápido em tiros curtos. Eu que corria 15.. 16km de boas, mal conseguia fazer sem sofrimento 3km.

O treinador dizia: é normal, relaxa e faz o treino que te passei. Confiei nele, mas essa etapa do treinamento foi a que quase me fez desistir de treinar e correr, pois todo treino era um baita sacrifício.


Cresce, cresce, cresce

Entretanto, esses treinos difíceis serviram para que eu ficasse mais focado nos treinamentos e estabelecesse novas metas para 2016/2017. Sim, metas para 2 anos, pois o objetivo é ousado. Já adianto que uma das metas é concluir uma maratona em 2017.

Serviu também esse período para reforçar a amizade com o pessoal do grupo de corrida, já que não dava para performar, servia pelo menos para a corrida social. Vi também a evolução da galera de forma bem expressiva, vi novas pessoas se juntando a nós e muita superação no dia a dia do treino.

Quase uma família

Hoje, dia 06 de abril de 2016, minha rotina de treinos passou a ser legal denovo, já estou conseguindo correr mais tranquilamente distâncias mais longas e de fato com mais velocidade. O período de base também foi bom para aperfeiçoar a técnica de corrida, corrigir algumas posturas e cuidar de algumas antigas lesões.
Vida de corredor é isso, a gente sofre para poder tirar uma foto legal no fim da corrida, sorriso de superação!