Quando eu resolvei colocar como meta de vida correr uma meia maratona, para cumprir uma promessa caso eu conseguisse voltar a fazer exercícios, talvez eu não fizesse muita idéia do que se tratava uma Meia Maratona.
Em uma análise fria, uma Meia Maratona significa que você irá percorrer 21km e só. Entretanto, quando você calça um tênis e começa a se preparar para o desafio, percebe que há muito mais envolvido. Entra em campo até variáveis que são razoavelmente ignoradas em um percurso de 5 ou 10 km, como por exemplo a distância entre os postos de hidratação, a diferença de temperatura entre o começo e o fim da prova e até o tempo de deslocamento que você utiliza durante a prova.
Se você pensar com razão, você não deveria nunca encarar uma prova longa dessa, pois leva seu corpo há níveis de desgaste inacreditáveis, pois vejamos:
Você passa, em caso amador, em média 2h a 2h30 correndo/trotando/andando, em movimento constante, consumindo energia de forma incessante;
Você sente dor nas pernas;
Você passa calor;
Você obrigatoriamente acorda cedo pra prova;
Você pensa em desistir;
Você pensa denovo em desistir;
Você pensa em morrer;
Você quase chora quando passa pelo km 10 e pensa 'meu Deus, não cheguei nem na metade';
Etc, etc.
Mas então, por que encarar uma loucura dessa? Por que somos humanos e gostamos de desafiar nossos limites, gostamos de sofrer por que o sentimento de conquista quando atingimos objetivos é algo inacreditável, por que o sentimento de ser diferenciado é motivador!
Quantas pessoas você conhece que corre uma Meia Maratona? Mesmo em grupos de corridas, essa resposta é sempre a mesma: POUCAS! Não é pra qualquer um! E que tal você ser esse ser diferenciado e que causa espanto quando as pessoas sabem que você chegou a esse notável feito? Está aí então a minha motivação!
Quando completei aquela fatídica Meia Maratona Asics em 2015, achei que tinha completado meu objetivo maior e que dali em diante eu poderia voltar as corridas curtas... mas eu já tinha sido mordido pelo bichinho da Meia.
Superação |
Com o passar do tempo e de volta aos treinos, eu percebi que as corridas de 5km e 10km já não me atraiam e não me satisfaziam e eu achei que tinha perdido a vontade de correr. Em dezembro, quando fui participar da São Silvestre, 15km, eu percebi que não era desanimo por corrida, era o gosto das corridas mais longas!
Então voltei a me programar para mais uma meia maratona, que deveria ser a mesma que eu fiz pela primeira vez, para ver se passava o efeito da tensão da primeira meia e melhoraria o desempenho. E la fui eu e a Mary para a City SP Half Marathon.
SP City Marathon |
Apenas duas semanas depois, fui convidado para correr uma meia Maratona da Track & Field Campinas, a primeira da TF Run Series. Apenas duas semanas de recuperação talvez fosse pouco, mas resolvi topar o desafio e fui la com o Rafael Hirata encarar o desafio. E foi tenso, foi sofrida, andamos.
TF Dom Pedro - Sofrimento puro |
Isso apenas me provou que não existe Meia Maratona que seja fácil e que você possa dizer: tiro uma meia de letra! O que existe é preparo adequado.
Ainda que tenha passado por todos esses desaforos das ruas, ainda sim eu afirmo: Essa distância é a minha favorita até o momento e pretendo em 2017 fazer pelo menos mais 4... mas 2017 vem coisa mais bruta por ai!